domingo, 8 de março de 2009

Casamento entre homosexuais e a adopção


Este fds num jantarzinho de amigos começou-se a discutir o casamento entre homosexuais e o tema da adopção por homosexuais... Havia opiniões diversas na mesa, que variavam entre o totalmente a favor e o nem pensar, que isso de não dar 1 lar "normal" e bem aceite pela sociedade a uma criança não faz sentido nenhum... ou até porque dar a umas crianças um lar "normal" e deixar que outras tenham direito a "menos" (leia-se por menos um lar com homosexuais - sacrilégio!!!!)?

Acho que este tema do "menos" é uma boa forma de resumir a minha posição sobre o assunto... É que o que as crianças mais têm numa instituição são coisas a menos... Por muito bem que sejam tratadas, têm coisas a menos... aliás nem sequer têm coisas só delas (brinquedos, roupa, quarto, espaço, etc).... têm sobretudo amor a menos, afecto a menos, contacto físico a menos... logo se surgir alguém na vida dela que lhe possa dar o amor, carinho, afecto que ela precisa e merece (e já agora também algumas outras coisas para que ela as possa chamar de suas), porque não?

Porque é homosexual? Bisexual? So what? O que tenho eu a ver com vida intíma de cada um?

Será que a partir de agora os candidatos singulares à adopção têm que declarar as suas preferências sexuais para serem aprovados?

Sou totalmente a favor do casamento entre homosexuais... pela simples razão que cada um deve decidir com quer casar de livre vontade. O casamento é um contrato, só isso. Assim, cada um casa com quer... e um dia qd as coisas correm mal e um morre, ou se querem separar não há dramas... porque existe um contrato que regula essas situações...

Se essas pessoas querem ter filhos... perfeito... óptimo. Temos que zelar pela taxa de natalidade do país (e pela nossa reforma, certo?).
Se os decidem adoptar? Perfeito! Consequem dar-lhes 1 lar? amor, afecto, carinho? sim! Então porquê deixar crianças numa instituição qd existem pessoas capazes e dispostas a dar-lhes o que mais precisam?

Questões religiosas? Sobre isso falarei noutro post... mas tenho cá 1 feeling que deus não é 1 velha alcoviteira que anda de cama em cama a ver quem lá está e a fazer o quê...

6 comentários:

Jorge Freitas Soares disse...

Olá

Completamente de acordo.... em tudo. O que as crianças mais precisam é amor e carinho... uma familia a que possam chamar sua.... alguém que zele por eles nos bons e maus momentos...e a orientação sexual de cada um não tem nada a ver com a capacidade de ser pai e de dar amor.

Jorge

Mão de Mãe disse...

Hum...
Este é um tema (o da adopção por casais homosexuais)que me tem dado voltas e voltas à cabeça.

Não é daqueles em que consiga desde logo ter uma opinião.E tu bem sabes o quanto eu sou de opinar.
O casamento entre homossexuais é para mim linear...sem qq dúvida...sem qq motivo para ser questionado...é antes de mais um direito. PONTO.

Já a adopção me tem colocado mais dúvidas existenciais.
Mas também me causa tantas dúvidas existenciais as decisões judiciais de manter as crianças com pais manifestamente e comprovadamente incapazes...que fico assim...

Que mania que tu tens...de me deixar assim a pensar nas coisas. BOLAS.

Anónimo disse...

É tudo muito bonito o que se disse até aqui, mas já se colocaram no papel das crianças adoptadas?
A mentalidade da nossa sociedade ainda está muito "tacanha", são precisos ainda muitos anos para mudar a mentalidade e quem sofre e sofrerá serão sempre estas crianças... as crianças são muito crueis! Por um lado, existe o amor dado as mesmas pelos pais adoptivos , por outro as mesmas crianças serão "vistos" de maneira diferente por parte dos colegas...
Não sou contra ao casamento entre homosexuais,desde que não me venham fazer coisas a minha frente nao me choca nada. O amor entre 2 seres humanos é lindo independentemente de cor, idade ou sexo.Só acho que a sociedade ainda nao está preparada para aceitar...

alex disse...

Anónimo, percebo o seu comentário e até percebo que possa não ser fácil... mas será que pelo facto de a sociedade não o aceitar não devamos fazer as coisas?

Assim como evoluímos? Como cresçamos?

Jorge Freitas Soares disse...

Desculpa Alex... mas não resisto.

Caro Anónimo, e já se colocou no lugar de uma criança que está numa instituição, que vai crescendo e perdendo a esperança de alguma vez ter uma família?, alguém que a ame, que esteja com ela quando entra para a escola?... já se colocou no lugar de uma criança que passa a vida inteira à espera que alguém a queira?

Se é por causa das outras crianças, eu tenho um filho mulato, que tem pais brancos e uma irmã branca... também ele está numa família diferente.... não devia?, devia estar na instituição à espera que uma família como ele o quisesse?

Todo o mundo é diferente, já seja pela cor, por usar óculos, por ser gordo, por ter dificuldades.... sim, as crianças são más, mas os adultos devemos ser capazes de ser melhores que elas.

Jorge Soares

Anónimo disse...

Quando é tão fácil cair em radicalismos contraproducentes, nada como ouvir pessoas "por dentro" (neste caso da adopção).
Há discussões em que gosto de ser radical, outras eficiente. Aqui quero ser proactivo e intervir onde contribua para a evolução.
Aqui ouvi-vos, obrigado.


Bracara